Perpétua levantou o capuz da capa negra que a cobria, tentando desesperadamente aquecer-se. Respirou fundo e pensou que, se ficasse mais um pouco exposta àquele vento gelado, acabaria tão doente quanto Dorothea e Allan.
Caminhando lentamente de um lado para o outro pelas sombras da noite, observou o lugar em volta. De todos os lugares pensados para aquele encontro, realmente escolheu a pior opção. As árvores, com suas copas frondosas, estavam cobertas pelos flocos de neve, e nem mesmo um animal noturno havia saído de sua toca. Mas não tivera escolha!
É claro que, de tudo o que poderia estar fazendo nesta madrugada fria, sua prioridade seria dormir quentinha na sua cama macia. O destino, todavia, obrigara-lhe a optar pelo tempo frio.
— Perpétua, de todas as loucuras que já a vi fazer, esta foi a maior. Marcar um encontro durante a madrugada, em pleno inverno... – ouviu uma voz murmurando.
Reconheceu o som imediatamente, e virou-se em direção à figura alta que se encontrava próxima.
— É