Amara
A mensagem chegou sem assinatura, no meu terminal seguro, como se tivesse atravessado todas as portas que Damian mantém fechadas para me proteger.
— “VENHA SOZINHA. Endereço anexado. Quer respostas?”
Meu primeiro impulso foi avisar Rurik. O segundo foi apagar a mensagem. O terceiro, o que venceu, foi calçar as botas, prender o cabelo e ir.
Damian dormia no posto médico, respirando pesado enquanto o antídoto trabalhava contra a prata. Eu o beijei na testa e sussurrei:
— Volto já. — Ele não ouviu. Talvez tenha sentido.
O endereço me levou a um prédio antigo, térreo, de janelas escuras, perto da ponte velha. Portão de ferro entreaberto. Silêncio de domingo. Passei.
O corredor cheirava a poeira e tinta velha. Uma luz fria vindo do fundo marcava o caminho como uma linha reta.
A porta estava aberta. Entrei.
A sala parecia uma armadilha de feira tecnológica, ficava no escuro, mas não estava vazia. Espelhos por todas as paredes, do chão ao teto, alguns inteiros, outros rachados.
Holo