Amara
A cidade amanheceu com sirenes. Não eram só carros de polícia. Eram alarmes de armazéns, rádios de segurança, mensagens curtas no nosso canal interno. A primeira notícia chegou às 06h14: ataque no Armazém Leste. Às 06h31, outra: incêndio no Pátio 3. Às 06h47, a pior: três grupos de caçadores em movimento.
Eu estava de jaqueta, cabelo preso, tênis. Damian entrou no corredor prendendo o coldre no cinto e pegando o rádio.
— Você vem comigo — disse, firme. — Mas fica atrás da linha.
— Prometo que não vou atrapalhar. E prometo outra coisa, se você sair do eixo, eu puxo você de volta.
— É disso que eu preciso — respondeu, tocando meu pulso.
No elevador, Ronan passou o panorama com calma:
— Eles atacaram onde pensaram que doía. Leste, Pátio 3 e Doca Norte. Trinta homens visuais, talvez mais. Voss está testando a resposta e a nossa imagem.
— A prioridade? — perguntei.
— Evacuar civis, conter fogo, neutralizar quem atira e quem coordena. Sem espetáculo.
O carro atravessou a cidade como f