Damian
Cheguei antes da meia-noite. O elevador subiu lento, e cada metro me lembrava do corte ardendo no flanco, prata. O caçador achou que a lâmina curta e suja ia me dobrar. Doeu, sim. Mas não o bastante para me afastar dela.
A porta se abriu e Amara já estava no corredor, descalça, cabelo preso alto, a luz do pulso piscando como uma estrela pequena.
— Eu senti você — disse, vindo até mim sem pressa. — Prata?
— Pegou de raspão, pequena estrela. — Tentei sorrir. — E você… me segurou em pé, lá do palco. Obrigado.
Ela me conduziu ao quarto. Água morna, gaze, pomada, tudo esperando a minha chegada. O toque dela é um remédio que não existe em farmácia.
— Tira a camisa. — A voz veio firme, doce e mandona.
Obedeci. O ar frio encontrou o corte. O laço entre nós respondeu com um calor leve, que acalmou a carne.
— Fecha os olhos. — Amara pousou a mão sobre a ferida e respirou fundo. — Inspira comigo.
Fiz o que ela disse. Senti a marca trabalhar, uma maré prateada indo e voltando, levando a do