Irina
Ceder não era o mesmo que perder.
Essa foi a frase que repeti para mim mesma enquanto via Pietro se ajeitar no sofá do meu quarto, completamente confortável, como se o espaço fosse dele. Claro, eu o deixei ficar por não querer atormentar o meu pai ainda mais. Mas isso não queria dizer que ele havia vencido — longe disso.
Na verdade, eu tinha um plano.
A convivência com Pietro era insuportável, mas, se ele achava que podia me dobrar com sorrisos, charme e provocações, estava muito enganado.
Nos poucos momentos de paz que eu tive sem ele ao meu lado, liguei para minha única amiga que estava na Rússia — provavelmente preocupada, se perguntando se eu já tinha assassinado o meu infeliz marido — e contei a ela tudo que havia acontecido.
— Meu Deus, Irina... não acha que seu pai está certo, sobre dar um tempo nisso?
— Não! Não depois dele ter se aproveitado de mim! Eu estava bêbada! — rosnei e ela soltou uma risada baixa.
— Certo, estava bêbada... e não queria, não é? Nem um pouquinho?