Pietro
Eu sabia. Desde o momento em que ela me trouxe para aquele barco, com toda a encenação de luzes e atmosfera, eu sabia que Irina estava tramando algo. Era típico dela: fingir que estava no controle, que podia me manipular, que podia me dobrar. Mas a verdade? Irina geralmente era muito previsível para mim. O problema — ou melhor, a vantagem — era que ela não fazia ideia disso.
Agora, sentados no deck do barco, a luz suave das velas tremeluzindo ao nosso redor e o som do mar criando uma trilha sonora perfeita, eu a observava como um predador estuda sua presa. Ela estava se esforçando tanto para parecer relaxada, bebericando a taça de vinho como se nada demais estivesse acontecendo. Mas eu via. O jeito que ela cruzava e descruzava as pernas, os dedos tamborilando levemente na borda da taça… Irina estava desconfortável.
— Então, Irina — comecei, com aquele tom que sabia que a irritava, casual e ligeiramente provocador. — Isso foi tudo ideia sua?
Ela levantou os olhos para mim, tenta