Enquanto a carrega para fora da casa, ainda firmemente em seus braços, Hector sente o olhar de Ava cravado nele. Era intenso, confuso, numa mistura de surpresa, desconfiança e... gratidão. Ela não dizia nada, mas seu rosto expressava tudo o que a voz ainda não conseguia.
— Por que não me contou o que estava planejando? — ela pergunta, enfim, com a voz trêmula, ainda tentando entender tudo o que havia acontecido.
— Porque tive medo de que você ficasse nervosa — admite, sem rodeios, com a voz rouca e baixa. — Me desculpa por isso. Eu queria entrar antes, eu juro.
O silêncio entre os dois pesa por um instante, mas não é desconfortável. É envolvido por algo novo, que nem Ava sabia nomear. O coração dela dispara e uma inquietação toma conta do corpo, subindo pelas costelas até a garganta.
“Que diabos é isso?”, pensa, irritada consigo mesma por estar sentindo… algo.
Tentando ignorar, ela solta um suspiro e declara, com uma pontada de sarcasmo:
— Tudo bem… mas só para deixar claro: não vou p