Um esboço de sorriso ameaça aparecer nos lábios de Hector, mas ele se contém rapidamente. Afinal, ele meio que esperava essa reação. Sabia que, assim que Ava recuperasse totalmente a memória, o orgulho e a vergonha a dominariam, impedindo-a de encarar os pais e admitir que havia errado.
No entanto, ele se finge de desentendido.
— O que quer dizer com isso?
Ela se aproxima novamente da mesa em que ele está sentado e comenta:
— Já está muito tarde, e eu não acho uma boa ideia sair daqui a uma hora dessas.
Balançando a cabeça em sinal de negação, Hector passa a mão pelo cabelo, num gesto que denota nervosismo.
Embora ele faça isso de modo automático, Ava não deixa de notar sua beleza. Desde que assumiu a presidência da empresa da família, ela conhecia a reputação de Hector Moreau como um homem poderoso e temido. Imaginava um senhor idoso e ranzinza, mas ao encontrá-lo pessoalmente e serem apresentados, sua surpresa foi imensa. Nunca esperava que ele fosse tão jovem e atraente. Engolindo