CAPÍTULO 22 - CAMINHOS QUE SE TOCAM

Enquanto Camélia tentava ignorar o vínculo, em outro canto da cidade, Kael não encontrava descanso.

Kael havia caído no sono por alguns minutos, exausto depois do treino. Mas a escuridão não o acolheu. Em vez disso, foi tomado por uma sensação quente, intensa e inescapável. Camélia estava ali.

Ela não o desafiava com palavras afiadas, não o olhava com resistência ou raiva. Ela apenas estava diante dele, os olhos cinzentos brilhando de um jeito diferente. Seu peito subia e descia num ritmo descompassado, e seus lábios estavam ligeiramente entreabertos. Ela o queria. E ele soube naquele instante que sempre a quis também.

Seu cheiro o envolvia, denso, inebriante, Kael estava sentado na beira da cama quando Camélia deu um passo à frente. Lentamente, como se desafiasse o próprio tempo, ela ergueu a mão e tocou seu peito. O calor do toque dela queimou sua pele como uma faísca acendendo um incêndio.

O rosnado veio baixo, involuntário. Ela sorriu.
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