Sabia que não poderia esconder nada do pai, pois ele era astuto demais para perceber qualquer entrelinha.
— Sim, papai.
Sem acreditar no que acabava de ouvir, Saulo começou a caminhar inquieto pela sala, batendo levemente o pé e mordendo o lábio.
— Quando isso aconteceu? — perguntou, a voz mais alterada a cada sílaba.
— Numa noite, antes de eu viajar — respondeu Eloá, tentando soar firme.
— Mas naquela noite você ficou na casa dos seus avós — retrucou ele, incrédulo.
— Sim, mas eu saí de madrugada e fui me encontrar com ele na casa de praia dos pais dele — disse ela, quase sussurrando, sabendo que cada palavra pesava no ar.
— Isso só pode ser uma brincadeira — praguejou Saulo, passando a mão pelo cabelo, visivelmente perturbado.
Denise arqueou uma sobrancelha, com o olhar afiado como uma lâmina:
— Espera… No dia em que te buscamos, passamos pela casa de praia da Aurora, e o carro que estava lá era do Henri.
— Sim, o carro era do Henri, mas quem estava lá era o Gael. Fui eu quem pediu