Eloá baixou o olhar por um segundo, tentando controlar o choro que ameaçava vir. A vontade de se jogar nos braços dele era quase maior que o medo.
Mas havia algo dentro dela agora. Um segredo. Um limite invisível que separava o antes e o depois daquela noite.
Ela respirou fundo, olhou para ele e respondeu, com a voz trêmula:
— Gael… você não entende.
— Então me faz entender — ele pediu. — Me diz o que está te afastando de mim. Me deixa ajudar.
Ela abaixou os olhos, encarando o próprio tênis, como se aquele fosse o único lugar seguro no mundo.
— Não é tão simples assim — sussurrou.
Ele continuou ali, paciente. Esperando. Respeitando o tempo dela.
— Não é só sobre sentimentos… — continuou, com dificuldade. — É sobre o que é certo. Sobre o que é justo.
— Justo para quem?
— Para você. Para mim.
— Eu não me importo com o que é justo ou não, Eloá — disse ele. — Se você está confusa, me deixa te ajudar a entender o que sente. Eu estou aqui. Por você.
Ela cerrou os dentes, tentando manter a r