O olhar de Henri vacilou. Ele abriu a boca para responder, mas as palavras pareciam não vir. Apenas baixou o rosto, tomado pela culpa.
Catarina continuou, deixando a dor transbordar na voz:
— Você me feriu, Henri. E, mesmo assim, eu tentei acreditar que havia algo bom em você… mas cada vez que me aproximava, você me empurrava de volta.
Henri fechou os olhos por um instante, como se aquelas palavras o atingissem em cheio. Quando voltou a olhá-la, seus olhos estavam marejados.
— Eu sei… — murmurou, com dificuldade. — E isso me destrói todos os dias.
— Você não faz ideia do que eu senti — ela continuou, e a cada palavra sua voz ganhava força. — Enquanto eu estava aqui… presa no silêncio, era como se minha mente gritasse o tempo todo o seu nome. Eu queria acordar, queria te ver, mas, ao mesmo tempo, me lembrava de tudo o que você me disse.
Ela respirou fundo, e nesse momento as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
— Você não só me afastou… — murmurou. — Você me fez acreditar que