Mesmo com certo receio, Catarina decidiu aceitar o encontro com Tom Cambrainha, ainda que o cansaço pesasse e a noite já tivesse avançado. Tomou um banho rápido e vestiu a melhor roupa que tinha no armário, queria causar uma boa impressão, afinal, era uma oportunidade de emprego e talvez sua chance de mudar de vida.
Ao sair do quarto, encontrou o tio ainda acordado, sentado no sofá, com o olhar preso na televisão. Quando ele percebeu a sobrinha arrumada, arqueou as sobrancelhas, confuso.
— Vai sair a essa hora, Catarina?
Ela se aproximou, segurando a bolsa junto ao corpo.
— Liguei para o número do cartão que aquele homem me deu. Ele me perguntou se eu podia encontrá-lo agora.
— Agora? — O tio repetiu, descrente. — E o que você respondeu?
— Disse que sim. Mas só vou se o senhor for comigo.
O homem coçou a cabeça, claramente desconfiado, e soltou um suspiro.
— Tudo bem… apesar de ser bem estranho alguém marcar uma entrevista a essa hora.
— Ele deve ser um homem muito ocupado — justifico