Depois da conversa que tiveram, o clima entre Henri e Catarina ficou mais frio do que a ponta do Everest. Cada vez que se cruzavam pelos corredores do resort, ela fazia questão de manter a distância, limitando-se a um aceno educado ou, quando não havia escapatória, a trocar apenas o indispensável sobre assuntos de trabalho.
Para ela, agir assim era uma forma de se proteger. Para ele, cada silêncio era uma punição. Henri sentia o peso daquela indiferença como um golpe diário, o olhar dela, antes doce, agora passava por ele como se fosse o de uma estranha.
Aquilo o consumia por dentro. Às vezes, trancava-se no escritório apenas para evitar vê-la circulando pelo saguão, e em outras, pegava-se observando de longe, como quem tenta entender onde havia perdido a chance de recomeçar.
O sofrimento era tanto que começou a pensar em desistir de tudo, em voltar para a fazenda, abandonar o resort e a sociedade com Tom. No início, havia ido até aquele lugar para tentar espairecer, respirar novos ar