TRÊS MESES DEPOIS — VIDA NOVA, ROTINA NOVA

Três meses passaram como um sopro — silencioso, veloz e transformador.

A cobertura, antes espaçosa e elegante, agora respirava outro tipo de vida: — o farfalhar suave de fraldas, o aroma doce de talco, o barulho ritmado da bomba de tirar leite, e os pequenos resmungos noturnos que se tornaram a nova trilha sonora da casa.

Luz cálida atravessava as cortinas ao entardecer, tocando brinquedos espalhados, mamadeiras limpas no escorredor e três bercinhos alinhados temporariamente na sala. Era caos. Era amor. Era família.

E todos os dias, sem falhar, Jano fazia o impossível para chegar cedo.

Ele podia ter passado o dia resolvendo pendências jurídicas da empresa, atendendo investidores, assinando contratos, discutindo números — mas bastava pisar no corredor do prédio que o peito dele se aquecia com um alívio que poucas vezes sentira na vida.

Ele abriu a porta, o cheiro morno de bebê e lava