LARA
— Mãe?
A palavra escapa da minha boca como uma prece, ou talvez como um pedido desesperado de confirmação. Seguro sua mão com mais firmeza, como se o toque pudesse ancorá-la de volta ao presente.
Por um momento, tudo permanece imóvel. A sala, o bipe, o ar denso. Até que seus dedos se movem de novo. Mais conscientes, mais certos.
Ela pisca. Uma vez. Depois outra. Lentamente, como se estivesse voltando de um lugar muito distante, onde o tempo não tem pressa e a dor ainda não chegou. Seus olhos se abrem em fatias de luz, procurando foco, tentando entender onde está, o que houve, por que tudo parece tão... pesado.
— Sou eu — sussurro. — Tá tudo bem. Você está segura.
Ela me encara, os olhos ainda enevoados, mas reconhecendo. Há um instante de pura conexão, crua e vulnerável. O tipo de olhar que diz mais do que qualquer palavra.
— Lara... — A voz dela é quase inaudível. Um sopro. Mas é o som mais bonito que já ouvi.
Meu peito se abre em alívio e desespero ao mesmo tempo. As lágrimas d