As luzes pendem como estrelas domesticadas do teto, o perfume das flores preenche o ar com uma doçura quase sufocante, e a música clássica toca ao fundo. A casa está transformada.
É a véspera do casamento.
E, ao contrário do que se espera, não há ensaio, nem caos, nem rituais cheios de emoção. Há um jantar. Restrito. Formal. Íntimo.
Visto um vestido escuro, de tecido leve e costas nuas. Meus cabelos caem em ondas soltas, e a maquiagem é perfeita.
Dorian me espera no topo da escada. Camisa branca, terno cinza escuro, olhar que não revela nada além do controle habitual. Mal nos vimos nos dois últimos dias. Ele chegava tarde e saía antes que eu acordasse.
Ele me observa descer degrau por degrau como se estivesse cronometrando o efeito que causo.
— Sem vermelho dessa vez? — comenta quando alcanço o último degrau.
— Há outro vermelho para muito em breve — respondo, com um meio sorriso.
Ele me oferece o braço. Aceito.
A sala de jantar foi montada ao estilo clássico, com uma mesa longa e