LARA
Ele dá um passo na minha direção.
Depois outro.
Mas para bem antes de me tocar.
A toalha escorregou do ombro dele e caiu no chão sem que nenhum de nós reagisse. A luz quente do abajur destaca a pele úmida, o cabelo molhado e a respiração ainda acelerada. Dorian está ali, em pé, diante de mim, apenas de cueca boxer preta. E me encara.
— O que você está fazendo aqui, Lara? — ele pergunta, a voz rouca, baixa. Quase um sussurro grave.
Se estivesse com raiva, teria gritado.
Se estivesse brincando, teria ironizado.
Mas ele não está fazendo nem uma coisa, nem outra.
Respiro devagar, tentando me concentrar nas palavras.
— Eu… vim dormir. Aqui.
Dorian ergue uma sobrancelha, como se dissesse: E por quê?
— É o que eu disse: minha mãe me obrigou. — engulo em seco. — Ela acha que é estranho dormirmos em quartos separados. Se eu não viesse, ela começaria a desconfiar.
Silêncio.
E então… ele ri.
Não é um riso debochado. Nem de zombaria.
É um riso verdadeiro. Quase leve.
Ele abaixa a cabeça por