Meses se passaram desde a última noite em que vi Sebastian antes de sua partida para Genebra. Recordo-me nitidamente do olhar firme que ele me lançou antes de entrar no carro para o aeroporto, como se quisesse gravar em mim a promessa silenciosa de que voltaria. Ele me pediu para me cuidar, para esperar por ele, e garantiu que, mesmo distante, o nosso relacionamento era real para ele como era para mim. Aquelas palavras me deram forças, ainda que o vazio da ausência fosse inevitável.
Curiosamente, Rebeca também se foi. Partiu para o exterior sem aviso, sem despedidas, nem mesmo para Sebastian. Não deixou rastros, como se tivesse decidido apagar sua presença do cenário em que nós dois estávamos. A princípio, estranhei seu sumiço, mas aos poucos, percebi que sua ausência deixava o ar mais leve, menos carregado.
Minha rotina passou a girar em torno do trabalho. Afundei-me nele, talvez como forma de preencher os espaços que Sebastian deixou. Olívia se tornou uma companhia constante;