Depois do jantar, a casa mergulha num silêncio confortável. O tipo de silêncio que não pesa, mas preenche os espaços com uma calma discreta. Estou na sala de estar com Isadora, cada um ocupado com algo, mas unidos pelo simples fato de estarmos próximos. Eu folheio um jornal, tentando me atualizar com os acontecimentos do dia, enquanto ela segura uma revista empresarial, a atenção concentrada nas páginas. A cabeça dela repousa no meu ombro, e de tempos em tempos eu me inclino para beijar o topo de sua cabeça. É quase um gesto instintivo, como se meu corpo precisasse lembrá-la constantemente de que estou ali.
Ela suspira fundo, e esse som pequeno, mas carregado, chama minha atenção. Baixo o jornal e viro o rosto para encará-la.
— Está tudo bem? — pergunto, acariciando devagar o braço dela.
Isa ergue os olhos, mas não me encara por completo.
— Está. — Ela fecha a revista e a deixa no colo. — Só estou preocupada com uma reunião que marcaram para os próximos dias.
Eu arqueio u