SEBASTIAN
Estou sentado na beira da cama, o quarto meio mergulhado na penumbra, iluminado apenas pelo abajur aceso no criado-mudo. O som da água correndo no banheiro me chega abafado pela porta entreaberta, um ruído constante que mistura calma e inquietação dentro de mim. Isadora está lá dentro, em seu banho que costuma ser concentrado. Aproveito esse momento de privacidade forçada para pegar o celular e discar o número de Eduardo.
Ele atende depois do terceiro toque.
— Eduardo falando.
— Eduardo, está podendo falar?
— Sebastian? — a voz dele soa firme, mas carrega uma ponta de surpresa. — Está tudo bem? Sua voz está estranha.
Respiro fundo, pressionando o celular contra a orelha.
— Nem sei por onde começar… Tentaram invadir a casa há alguns dias. E hoje… parece que seguiram o carro enquanto eu voltava com Isa para casa. Os seguranças detectaram uma movimentação estranha do lado de fora. Quero saber se... o cara lá continua preso. E se sabe algo do irmão dele. Algo rec