A viagem de volta a São Paulo foi quase silenciosa para o mundo lá fora, mas intensa para nós dois. No jatinho, Sebastian parecia determinado a me manter perto, como se o simples fato de termos ficado distantes por algumas horas já fosse demais. Sentamos lado a lado, e vez ou outra sua mão encontrava a minha, os dedos entrelaçando-se num gesto que dizia mais do que qualquer palavra. Ele me olhava com aquele ar calmo, mas seus toques eram carregados de intenção. O roçar da sua mão na minha perna, o calor de seu corpo se inclinando discretamente para o meu… tudo isso fazia com que a viagem fosse muito mais longa na minha percepção, embora os minutos corressem depressa.
Conversamos pouco. Havia um entendimento silencioso, feito de olhares demorados e carícias que se prolongavam. Eu me sentia entregue, mas ao mesmo tempo inquieta, como se uma parte de mim soubesse que a paz não duraria muito tempo. Quando as luzes da cidade começaram a surgir pela janela, um aperto tomou meu peito. Vo