Sebastian
O corredor do hospital estava silencioso, só o som distante de rodinhas metálicas e vozes abafadas preenchendo o ar. Depois de deixar Eveline, eu precisava confirmar com os próprios olhos — ou melhor, com os de quem realmente viu.
Kaisen estava deitado, com o pé enfaixado e a cabeça ligeiramente inclinada para o lado, olhando a janela. Parecia menos abatido do que antes, e o simples fato de saber que ele não perderia o pé já era um alívio. Quando entrei, ele virou o rosto, esboçando um sorriso curto.
— Senhor... — a voz dele saiu rouca. — Alguma novidade?
Me aproximei da cama e tirei o papel dobrado do bolso.
— Talvez. — Estendi a imagem pra ele. — Reconhece esse homem?
Ele pegou a folha com cuidado, examinando com atenção. Por um instante, o som das máquinas ao redor foi tudo que se ouviu. Depois, ele levantou o olhar, firme.
— É ele. O homem que vi. O mesmo rosto, o mesmo cavanhaque.
A confirmação me acertou como um soco. O estômago revirou.
— Tem cer