Acordei no dia seguinte com o corpo cansado e a mente mais exausta. Mesmo depois da conversa com Olívia, mesmo com o conforto da presença dela naquela noite, eu me sentia como alguém dividida entre dois abismos. De um lado, a sensação amarga de estar sendo ignorada por Sebastian — ou talvez apenas esquecida — depois de uma noite que, para mim, significava muito mais do que ousava admitir. E do outro, o medo real, crescente, da instabilidade de Henrique. O olhar dele ainda me assombrava quando eu fechava os olhos. Aquela aproximação forçada, a ameaça velada no tom da voz, o toque que ultrapassou qualquer limite. Tudo isso me deixava alerta, em constante tensão. Como se qualquer movimento em falso pudesse me fazer despencar.

Decidi, então, que precisava agir de forma diferente. Me proteger, de fato. E isso significava duas coisas: parar de tentar entender o que Sebastian estava sentindo — porque adivinhar pensamentos alheios era inútil —, e buscar ajuda concreta em relação a Henriqu