Local: Cobertura de Evan Médici | Horário: 2h52 da madrugada
O elevador subia em um silêncio quase sepulcral. O som metálico era abafado pelos tapetes espessos sob os pés dele, mas nada silenciava a explosão que rugia em sua cabeça. As paredes espelhadas do compartimento refletiam a imagem de um homem devastado: o sangue que escorria lento do corte no lábio, tingindo o colarinho da camisa branca amarrotada; os olhos injetados de dor e fúria; os ombros tensos como os de um animal encurralado.
Mas o que mais machucava não era o físico. Era o ego.
O riso debochado que ele mesmo soltou. O grito contido da mãe, ferida pelo desprezo. O som seco do punho do pai colidindo com o rosto dele, como se o mundo exigisse que ele acorda