Irina Smith
A primeira coisa que senti ao acordar foi o calor.
Não o calor sufocante do verão, nem o desconforto de lençóis embolados numa cama compartilhada. Era outro tipo de calor. Mais denso. Mais íntimo. Era o calor de um corpo junto ao meu. Um peito nu e firme sob a curva do meu rosto. Um braço pesado e protetor envolvendo minha cintura. Um suspiro quente soprado contra os meus cabelos soltos, aquecendo a minha pele, afundando em mim com uma naturalidade cruel.
Evan.
Meu coração acelerou num impulso, mas logo desacelerou… como se encontrasse abrigo.
Ele ainda dormia.
Meu corpo se encaixava ao dele como uma extensão natural, como se aquele fosse o único lugar do mundo onde eu pertencesse. E por um momento… só um instante, me permiti acreditar. Acreditar que aquele calor, aquele silêncio seguro, aquela paz… era real.
Abri os olhos devagar, ajustando a visão à luz suave que escapava pelas frestas das persianas. O céu do lado de fora era um azul pálido, quase tímido, típico das manh