Irina Smith
O apartamento de Evan parecia respirar comigo naquela tarde. A luz do pôr do sol passava pelas cortinas, deixando tudo com um tom alaranjado e quente. O barulho da cidade vinha abafado, quase distante, e o cheiro dele ainda estava presente no couro do sofá.
Eu andava de um lado para o outro, nervosa, com uma pequena caixinha azul escondida na gaveta do aparador. Minhas mãos estavam frias, o coração acelerado, e uma mistura de vontade de rir e chorar me dominava. Toda vez que passava pela mesa de centro, olhava meu reflexo no vidro: rosto um pouco corado, cabelo preso de qualquer jeito e uma ansiedade difícil de controlar.
— Respira, Irina… — falei baixinho para mim mesma, passando a mão pela