Clarice Spencer
O sol do início da tarde queimava minha pele, mas eu mal sentia o calor. Saí do restaurante com passos apressados, os saltos estalando contra o mármore, e atravessei o hall principal com o coração disparado, a respiração curta e os dedos tremendo. O rosto ainda ardia, latejando, e o som seco do tapa de Emma Médici ecoava na minha cabeça como uma sentença.
A humilhação.
Os olhares curiosos.Os cochichos das mesas.Tudo se misturava numa única emoção que queimava por dentro: ódio.