Pablo Ortega
– Hey, boy. Boa noite. – A voz dele me atingiu como um estalo em um quarto abafado.
O sujeito sorriu largamente, como se tivesse toda intimidade do mundo comigo. Antes mesmo que eu pudesse reagir, suas mãos invadiram meu espaço, tomaram meu rosto com um gesto escancaradamente íntimo e seus lábios grudaram na minha bochecha em um beijo brusco. Fiquei paralisado por um segundo, não por timidez ou surpresa, mas por conter o impulso imediato de afastá-lo com violência.
Assim que ele se afastou, meus olhos foram direto para os de Nicole. Os olhos azuis que eu conhecia tão bem estavam turvos, entre irritação e desconforto.