Evan Medice
Estou deitado na penumbra tranquila do meu quarto, o silêncio da madrugada apenas sussurrando ao fundo, enquanto os primeiros tons rosados do amanhecer se infiltram preguiçosamente pelas cortinas de linho claro. O mundo lá fora ainda dorme, mas dentro de mim tudo pulsa com o peso e a leveza de um milagre.
Irina dorme enroscada no meu peito, o corpo nu colado ao meu como se a noite ainda não tivesse terminado, como se o tempo quisesse parar só para nós dois. Sua respiração cadenciada roça minha pele como uma confissão silenciosa, e eu fico ali, imóvel, como se qualquer movimento meu pudesse despertá-la e dissipar essa paz rara que agora nos envolve.
Meus dedos acariciam seus cabelos dourados, que escorrem entre minhas mãos como fios de seda aquecidos pelo