O relógio digital marcava 10h47 da manhã quando Evan Médici, sentado na ponta da mesa de mogno, perdeu a paciência pela décima vez desde que a reunião começou. A sala de reuniões, cercada por janelas de vidro fumê, tinha uma vista privilegiada para o centro financeiro da cidade, mas nada naquele cenário de poder e controle era capaz de acalmar o turbilhão dentro dele.
Vestia um terno cinza grafite impecável, gravata azul escura ajustada com precisão e expressão de poucos amigos. À sua frente, gráficos e planilhas eram apresentados em uma sucessão entediante de vozes monótonas. Ele não ouvia nada. As palavras se embaralhavam, virando um ruído de fundo irritante.
A mente de Evan estava a quilômetros dali.
O aviso do hacker havia chegado horas antes, como uma bomba silenciosa que implodiu dentro do seu peito: Irina se apresentaria novamente hoje e para o mesmo cliente que Evan tinha certeza se tratar de Andrews. Aquilo acendia todos os alertas de Evan. Principalmente o ciúme, aquele sent