Evan Médici
Cobertura em Nova York — 01:14 da manhã
O silêncio da madrugada sempre foi meu aliado. É quando o mundo desacelera, quando os corpos dormem, os ruídos cessam, e os monstros, os de verdade, despertam. Estou encostado na moldura da janela da minha cobertura, com um copo de uísque entre os dedos e o coração batendo como um tambor surdo no peito.
Lá fora, a cidade segue viva, mas aqui dentro… tudo parece em suspenso.
Desde que recebi a confirmação do encontro com Afrodite, meu corpo entrou em um estado que beira o delírio. Cada fibra minha pulsa com expectativa. Mas o que me incomoda, o que me perturba, é que não é apenas isso.
Não é só tesão, é algo a mais e isso me deixa irritado.
Encosto a testa no vidro frio. A chuva escorre lá fora como se lavasse o concreto da cidade. Talvez fosse isso que eu precisasse. Que alguém me lavasse por dentro. Que arrancasse esse vício que está enraizando.
Essa mulher… Essa maldita mulher mascarada.
Desde o primeiro encontro, Afrodite me domi