O silêncio se esticava entre eles como um fio prestes a arrebentar.
Evan ainda segurava a máscara dourada entre os dedos, agora baixada, esquecida. O rosto de Irina estava completamente exposto, e ele a encarava como quem via uma obra rara, daquelas que ninguém mais devia olhar. Seu olhar escorregava lentamente por cada traço, a curva delicada do queixo, os lábios entreabertos, o pescoço que pulsava em alerta sob a pele pálida.
Ela parecia um poema vivo. Mas um poema feito de fogo.
— Você está tremendo. — disse ele, com a voz baixa e rouca.
Irina tentou conter o leve estremecer do corpo, mas não negou.
— É medo… — confessou, e então completou, num sussurro quase inaudível. — E vontade.
O sorriso que Evan esboçou era mais perigoso que um toque. Ele deu um passo à frente. Agora, estavam tão próximos que seus perfumes se misturavam. Ele ergueu uma das mãos, bem devagar, e pousou o dorso sobre o rosto dela, num toque leve, quase ausente, como quem acaricia algo que teme quebrar.
Irina fec