Irina Smith
Nunca fui de desmoronar fácil.
Aprendi cedo a sorrir quando queria gritar. A manter a cabeça erguida enquanto meu mundo ruía aos poucos. A vestir armaduras invisíveis, feitas de orgulho e silêncios bem colocados. Mas naquela noite, assim que fechei a porta do quarto atrás de mim, tudo aquilo caiu. As defesas, as máscaras, a pose. Tudo. E eu… caí junto.
Joguei o celular sobre a cômoda com mais força do que pretendia, ouvi o baque seco, mas não me importei. Meus pés descalços pisaram no chão frio enquanto eu caminhava até a cama como quem carrega o peso do mundo nas costas. E talvez eu carregasse mesmo. O peso de um nome que não era meu. De um papel que comecei a interpretar por sobrevivência… e que agora, estava me sufocando.
Afrodite…
A mulher. A deusa. A inatingível.
Era isso que esperavam de mim.
Mas ali, sozinha, o que restava era só Irina. A garota. A mulher. A que estava prestes a se encontrar com um homem que a conhecia demais… e que a fazia tremer por dentro.
Sentei