Apartamento de Pablo | 03h26 da madrugada
O céu ainda chorava. E Nicole, por dentro, também.
Ela não pensou duas vezes.
Pegou as chaves do carro, calçou o primeiro tênis que encontrou, vestiu um casaco largo por cima do moletom e desceu até a garagem com passos firmes. Não esperou que a raiva passasse, nem que o medo se dissipasse. Sabia que não dormiria. Sabia que precisava agir.
E sabia também que Pablo era sua última cartada.
A cidade estava silenciosa, cortada apenas pela dança ritmada da chuva contra o pára-brisa. O rádio desligado. O coração acelerado.
Quando chegou ao prédio dele, anunciou-se na portaria e subiu até o sétimo andar, onde Pablo morava sozinho em um apartamento amplo, moderno e impecável.
Parou diante da porta e hesitou por um segundo.
Então bateu.
Passos do outro lado. Uma tranca girando. E enfim… a porta se abriu.
— Nicole? — Pablo piscou surpreso, sem camisa, usando apenas uma calça de moletom escura. Os cabelos estavam bagunçados, a barba por fazer. Mas o sorr