Os sons do salão pareciam abafados, distantes. Era como se o mundo inteiro estivesse rodando em outro ritmo, com outra trilha sonora. O som dos brindes, das risadas calculadas, da música instrumental sofisticada… tudo isso chegava até os ouvidos de Irina como um eco distante, irrelevante. Ali, entre ela e Evan, a frequência era outra, feita de dor, desejo e silêncios carregados demais para serem ignorados.
Ela ainda chorava, embora silenciosamente.
As lágrimas escorriam quentes, teimosas, enquanto seus olhos permaneciam fechados e sua testa tocava a dele. O calor da pele de Evan, aquele calor que ela conhecia tão bem, era um lembrete cruel da noite que nunca acabara de verdade. Estava ali. Ainda queimando.
As mãos dele repousavam em sua cintu