A luz suave da manhã filtrava-se pelas frestas da persiana do quarto, desenhando faixas douradas no lençol amassado. O silêncio ainda era delicado, o tipo de silêncio que só existe nos primeiros minutos do dia, quando o mundo ainda não acordou por completo. Irina piscou devagar, sentindo os cílios pesarem ao abrir os olhos. Ainda havia um calor sutil em seu corpo, uma espécie de torpor doce que não vinha apenas do cobertor, mas da memória.
Ela se virou lentamente na cama, puxando o travesseiro para mais perto do rosto, como se quisesse esconder-se um pouco mais da realidade. Foi então que veio a lembrança, clara, viva, impregnada em cada centímetro da sua pele.
Evan.
A forma como ele se aproximou dela na noite anterior, o olhar denso como tempestade prestes a cair. Não houve pressa, nem urgência. Apenas a mão dele deslizando em seu rosto com uma suavidade que a desarmou por completo. O polegar contornando sua bochecha. A palma aquecida envolvendo seu maxilar. As testas se tocaram em s