A manhã em Boston se estendia preguiçosa, como se o próprio tempo tivesse desacelerado só para saborear o perfume da brisa fresca que invadia as janelas abertas. O céu estava tingido de dourado, pincelado por tons suaves de azul e coral que anunciavam um novo dia com promessas de surpresas e revelações.
No alto do elegante prédio no centro da cidade, o apartamento de Vitória e Alejandro estava mergulhado em uma calmaria quase sagrada, o tipo de silêncio que só existe depois do amor.
Os lençóis de linho branco estavam bagunçados, os travesseiros jogados de forma displicente pelos cantos da cama. No centro da desordem encantadora, Vitória repousava com a cabeça sobre o peito nu do marido. Seus cabelos ruivos, emoldurados por ondas desalinhadas, estavam espalhados como fios de cobre queimado sobre a pele dourada de Alejandro. As pernas dela ainda entrelaçadas às dele, os corpos quentes, relaxados, e ainda colados como se resistissem à separação após uma noite de entrega.
Alejandro passa