As luzes do salão começaram a diminuir aos poucos, como se o próprio ambiente entendesse que o clímax havia passado e agora restava apenas o ressoar do que não foi dito. O brilho dos candelabros refletia nos espelhos altos, espalhando pequenas fagulhas douradas pelo chão de mármore branco. Casais se despediam, taças meio cheias ainda tilintavam aqui e ali, e os últimos acordes da música suave flutuavam como um eco da noite que chegava ao fim.
Mas, para Irina, tudo isso era apenas ruído.
Ela permanecia próxima a uma das janelas laterais, encarando a escuridão do jardim como quem procura respostas no vazio. A taça em sua mão estava intocada havia minutos. Os dedos delicados desenhavam círculos no cristal, mas sua mente ainda estava presa no instante anterior. No toque, no olhar, nas palavras sussurradas… no pedido.
“Pequena… me deixa te mostrar que você é especial?”
O eco daquela frase parecia gravado em sua pele, nos lábios, nas lembranças que teimavam em reviver a sensação do corpo de