O clima à mesa estava mais espesso que o ar quente que vinha da cozinha.
O perfume caro de Eleonor misturava-se ao cheiro de comida, e Francine sentia cada garfada presa na garganta.
Eleonor, com seu sorriso impecável e voz doce demais, conduzia o almoço como quem rege uma orquestra, e cada palavra dela era uma nota de provocação.
— Espero que estejam gostando do almoço — disse, inclinando-se com elegância. — Fiz questão de pedir algo simples… imaginei que talvez pudessem estranhar algo mais refinado.
O pai de Francine pigarreou antes de responder, forçando um tom de falsa cortesia.
— Não precisava se preocupar. Seria ótimo nos acostumarmos com esse tipo de refeição, afinal, se Francine e Dorian se casarem, isso se tornará recorrente.
Eleonor quase deixou escapar uma risada, mas conteve-se com um gole de vinho.
O olhar que trocou com Oscar dizia tudo: era o tipo de comentário que eles esperavam ouvir.
— E vocês moram em qual região mesmo? — perguntou Oscar, com a voz grave e educadame