Os pais de Dorian atravessaram o limiar com a postura impecável de quem está acostumado a ser notado.
A mãe, envolta num casaco claro e lenço de seda, trazia o queixo erguido e o olhar analítico.
O pai, imponente, segurava uma pasta sob o braço como se tivesse vindo discutir negócios.
Mas, assim que os olhos dos dois se voltaram para o filho, a cena se partiu em dois mundos distintos.
Eles avançaram até Dorian com sorrisos ensaiados, abraçando-o rapidamente, trocando cumprimentos formais e ignorando por completo a mulher ao lado dele.
Francine sentiu o ar pesar, mas manteve o rosto sereno.
O silêncio entre ela e os pais de Dorian foi tão cortante quanto elegante.
Logo após o abraço frio, a mãe de Dorian se volta para Francine com um sorriso que ninguém esperava.
— E esta deve ser a famosa Francine, certo? — a voz dela soa suave, quase melodiosa. — Finalmente nos conhecemos.
Francine pisca, confusa. Por um instante, chega a achar que ouviu errado.
— É um prazer conhecê-los — responde,