Dorian entrou no quarto como uma tempestade, a porta se fechando com um estrondo que ecoou pelos corredores da mansão. O som seco da madeira batendo contra o batente parecia traduzir sua fúria.
Largou o celular sobre a cômoda com um gesto brusco, tão forte que a tela chegou a trincar.
Cada músculo do seu corpo estava tensionado, a respiração pesada, como se tivesse corrido uma maratona mas, na verdade, era o coração que o traía, martelando sem piedade contra o peito.
Sem pensar, arrancou o paletó dos ombros e o atirou num canto, depois puxou a gravata de modo quase violento, o nó resistindo ao primeiro puxão, o que apenas alimentou ainda mais a raiva.
Precisava de um escape, qualquer coisa que desse vazão ao turbilhão dentro dele.
Caminhou até o banheiro, tirando as roupas com movimentos impacientes, e fechou-se sob o jato do chuveiro, a água quente caindo sobre sua pele sem que ele ao menos sentisse.
Mas a água não lavava nada.
A imagem voltava inteira, nítida demais