O som do motor foi o primeiro a quebrar a quietude do amanhecer.
Camila abriu os olhos devagar, o corpo ainda cansado da noite maldormida.
Por um instante, achou que estivesse sonhando. Mas o farol do carro, atravessando as cortinas finas do chalé, denunciava que não era um sonho — era ele.
Ricardo.
O coração dela disparou.
Segurou o bebê com mais firmeza, sentindo o calor suave daquela pequena vida entre os braços.
Não sabia se estava pronta para encará-lo. Não depois de tudo, não com tantas palavras engasgadas.
A porta se abriu devagar.
Os passos dele soaram hesitantes sobre o assoalho de madeira.
Quando o olhar de Ricardo encontrou o dela, o tempo pareceu parar.
Não havia mais promessas nem acusações — apenas dois corações que ainda batiam no mesmo compasso, apesar de tudo o que o mundo tentou fazer pra separá-los.
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Ele deu um passo à frente.
Camila o observava em silêncio, com os olhos marejados.
Ricardo parecia exausto — o rosto marcado por uma noite longa, mas o olhar... o ol