O relógio marcava quase três da manhã quando o som do carro desapareceu completamente.
Camila abriu os olhos, assustada, com o coração acelerado sem saber o motivo.
Por um instante, pensou que fosse apenas um sonho — mas o espaço vazio ao lado da cama contava outra história.
Ricardo havia ido embora.
Sentou-se devagar, tentando ouvir qualquer som além do barulho distante da chuva fina lá fora.
O chalé estava em silêncio absoluto, um silêncio que gritava mais do que qualquer palavra.
Levantou-se, vestindo o roupão, e caminhou até a varanda.
O vento frio fez o tecido colar ao corpo, e ela abraçou a si mesma, buscando algum consolo.
— Onde você foi, Ricardo… — murmurou, a voz trêmula.
Dentro dela, algo apertou — um pressentimento que doía mais do que medo.
Enquanto isso, na estrada molhada, Ricardo dirigia em silêncio.
Os faróis iluminavam o asfalto escuro, refletindo o brilho da chuva recente.
O rosto dele estava tenso, os olhos fixos adiante — determinado e cansado ao mesmo