O vento soprava suave sobre o lago de Santa Clara, fazendo as cortinas do chalé se moverem como se o próprio ar quisesse entrar para acolher tudo o que existia ali.
O lugar era simples: uma sala acolhedora, o cheiro de pão recém-saído do forno vindo da cozinha e um quarto que se enchia de luz sempre que o sol nascia.
Era naquele pequeno refúgio que Camila tentava, pouco a pouco, se reconstruir.
Meses haviam passado desde que ela chegara.
Foram dias longos e silenciosos, noites em que a chuva parecia conversar com o coração cansado dela.
Dentro de si, uma nova vida crescia — forte, tranquila, cheia de promessas.
E a cada pequeno movimento, Camila sentia o mesmo turbilhão: medo e esperança se entrelaçando como se fossem uma só coisa.
Todos os dias, ela se sentava na poltrona junto à janela, observando o lago e as cores do céu que mudavam a cada hora.
Parecia que o tempo tinha desacelerado, permitindo que ela respirasse depois da tempestade.
Mas, mesmo cercada pela calma do interior, hav