O sol mal havia surgido quando a mansão Monteiro já estava em movimento. Empregados circulavam pelos corredores, carregando arranjos de flores, bandejas de prata e garrafas de champanhe. Era dia de mais um evento social, organizado às pressas por Beatriz.
Camila, ainda no quarto, observava o movimento pela janela. O coração batia acelerado. Desde o jantar anterior, sentia-se um alvo em exposição, e a ideia de enfrentar mais uma multidão de olhares e cochichos lhe causava náuseas.
Beatriz entrou sem bater, como de costume. Vestia-se com a elegância de sempre, um vestido verde-esmeralda que realçava seus olhos frios.
— Hoje será memorável — disse, sorrindo com malícia. — Convidei jornalistas, colunistas sociais e até uma repórter de televisão. Todos querem conhecer a nossa “história inspiradora”.
Camila empalideceu. — Jornalistas? Eu… não posso aparecer.
Beatriz a encarou como quem observa uma presa acuada. — Pode sim. E vai. É importante que o mundo saiba o quanto somos… modernos.
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