A manhã amanheceu silenciosa na mansão Monteiro. Silenciosa demais. Desde o escândalo nos jornais, o ambiente parecia carregado, como se cada parede guardasse um segredo não dito. Camila despertou cedo, incapaz de voltar a dormir. O peso do mundo parecia depositar-se sobre seus ombros.
Sentada na beira da cama, ela acariciou levemente o ventre ainda discreto. Sentiu uma onda de ternura misturada a medo. “Eu preciso ser forte… por você”, murmurou baixinho.
Mas, pela primeira vez, a força não parecia tão distante. Algo dentro dela havia mudado depois do confronto com Beatriz na noite anterior. A raiva era uma chama pequena, mas real. E essa chama queimava.
No café da manhã, Beatriz estava especialmente radiante. Usava um vestido branco impecável, o sorriso no rosto mais falso do que nunca. Ricardo entrou atrasado, com expressão sombria. Camila já estava à mesa, mexendo distraidamente no prato.
— Dormiram bem? — perguntou Beatriz, servindo-se de frutas.
— Não muito — respondeu Ricardo, s