A madrugada caiu silenciosa sobre o chalé, mas dentro deles não havia silêncio algum.
Depois do beijo — um beijo que mudou tudo sem precisar de mais nada — Ricardo e Camila tinham ficado ali, abraçados.
Mas quando a casa adormeceu, algo dentro dos dois despertou.
Camila estava deitada no sofá, a cabeça apoiada no peito dele, mas seu corpo inteiro parecia atento, desperto, elétrico.
Ricardo, por sua vez, sentia cada respiração dela como um golpe doce demais para ser ignorado.
Ele passou os dedos pelos cabelos dela pela décima vez — e pela décima vez, Camila estremeceu.
— Você está gelada — ele murmurou, preocupado.
— Não é frio — ela respondeu, baixinho.
Ricardo engoliu seco.
Porque ele sabia.
Ele sentia também.
A tensão entre eles não era mais algo que podiam fingir que não existia.
Era viva, quente, pulsante.
Camila se ajeitou um pouco, o rosto agora perigosamente próximo do pescoço dele. O perfume dela subiu, suave, fazendo o peito de Ricardo subir e descer num ritmo irregular.
— Ca