A paisagem diante deles parecia rasgada do próprio fim do mundo. A Torre Negra, antes oculta entre véus do Vazio, agora surgia plena — uma espiral retorcida de pedra viva, crescendo para um céu que sangrava. Ao redor, sombras sussurravam em línguas esquecidas, e o chão tremia como se a própria realidade rejeitasse aquele lugar.
— Chegamos — disse Miguel, sua voz firme apesar do peso no peito.
— Isso... é mais do que uma construção — murmurou Elías, tocando o chão, sentindo o pulsar sombrio da terra. — A Torre é viva. E está acordando.
Santiago passou a mão no amuleto em seu pescoço, um presente de sua avó. — Então temos que ser rápidos. Antes que ela desperte por completo.
Ao se aproximarem, a torre pareceu reconhecer a presença de Miguel. As pedras pulsaram, e uma abertura se formou, revelando uma escadaria espiral que subia infinitamente.
Lá dentro, o ar era denso. Sussurros tentavam desviá-los, nomes antigos eram murmurados nas paredes. Eles subiram — cada degrau uma lembrança, cad