MAYA
A dor de Mathias era minha própria dor. Eu estava ao seu lado, vendo-o se debater, sentindo-me completamente impotente. Não sabia mais o que fazer para ajudá-lo. Cada silvo que ele dava rasgava meu coração em pedaços.
O suor cobria seu corpo, o que era estranho, já que seu corpo era totalmente frio e um líquido estranho escorria da ferida na lateral dele, exalando um cheiro prurido e denso. Aquilo me aterrorizava.
Mesmo em meio ao tormento, Mathias ainda se preocupava comigo. Seus olhos, quando não estavam vermelhos e ofuscados pela transformação, encontravam os meus com urgência e medo.
Ele me mandava ir embora, sua voz rouca e trêmula implorava para que eu me afastasse antes que perdesse o controle. Mas como eu poderia abandoná-lo?
— Eu não vou a lugar algum. — Sussurrei, segurando seu rosto entre minhas mãos, sentindo sua pele gelada e suada. — Não vou deixar você sozinho, Mathias. — Repeti pela décima vez e repetiria quantas fossem necessárias.
Ele rosnou entre os dentes cer